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O par de moedas EUR/USD continuou sua correção na quinta-feira, testando a linha da média móvel em algum momento do dia. Com isso, a semana pode ser considerada inteiramente corretiva, caracterizada por movimentos semanais muito fracos. A semana anterior proporcionou algum alívio aos traders, permitindo que observassem a normalização dos níveis de volatilidade. No entanto, já na terça-feira, ficou evidente que essas expectativas não seriam atendidas. Esta semana foi marcada por poucas estatísticas macroeconômicas, sendo o discurso de Jerome Powell o único evento significativo, que, seguindo a tradição do mercado, foi largamente ignorado.
Seria incorreto afirmar que a moeda europeia tem sido negociada de forma ilógica nas últimas semanas, visto que continua sua trajetória de queda, conforme esperado. No entanto, estamos acostumados a testemunhar movimentos muito mais voláteis, tornando os deslocamentos de apenas 30 a 40 pontos algo incomum. Diferentemente da moeda britânica, que se mantém estável mesmo após sair de uma fase de estabilidade, o euro apresenta uma tendência, ainda que fraca. Esta semana, por exemplo, antecipava-se uma correção após os eventos da semana passada. Porém, na semana anterior, o mercado já havia ignorado ostensivamente dados robustos sobre o mercado de trabalho e desemprego nos EUA. O mercado continua a negociar de maneira lógica, porém sem pleno comprometimento. Persiste a esperança de que o Fed inicie a flexibilização da política monetária conforme o planejado e que o BCE adie a primeira flexibilização até o último momento.
Contudo, Jerome Powell, presidente do Fed, dissipou quaisquer esperanças dos mais otimistas defensores da moeda europeia nesta semana. Ele afirmou de forma clara e inequívoca que o progresso na redução da inflação estagnou, o que indica que não se deve esperar uma flexibilização da política em junho. A segunda parte da frase foi uma adição nossa, já que Powell raramente faz declarações tão diretas. É evidente, contudo, que se até mesmo o chefe do Fed reconhece a persistência da inflação, não há espaço para discussões sobre cortes nas taxas.
Quase todos os representantes do BCE já estão alinhados quanto à política de flexibilização em junho. Portanto, o BCE deverá iniciar a redução da taxa na próxima reunião, seguindo um ritmo de "um corte a cada duas reuniões". Quando o Fed iniciar a redução de sua taxa, o BCE poderá abaixá-la para menos de 4%. Assim, fica claro que somente quando o Fed sinalizar prontidão para iniciar a flexibilização monetária, não haverá motivos para sequer sonhar com o crescimento do euro.
Para ser ainda mais preciso, a moeda europeia poderia iniciar uma nova tendência de alta amanhã, bastando que o mercado a compre com base em seu histórico fundamental e macroeconômico. Como demonstra o exemplo da libra esterlina, sabemos que esse cenário é possível. No entanto, nossas análises buscam tirar conclusões e fazer previsões com base em fatores específicos, notícias, tendências e eventos globais. Não consideramos intervenções cambiais dos bancos centrais ou decisões arbitrárias dos formadores de mercado. Portanto, todos os indicadores sugerem que o par EUR/USD deverá continuar a cair, embora os grandes participantes do mercado ainda precisem se alinhar a essa visão.
A volatilidade média do par de moedas euro/dólar nos últimos 5 dias de negociação, a partir de 19 de abril, é de 59 pontos e é caracterizada como "média". Esperamos que o par se mova entre os níveis de 1,0602 e 1,0720 na sexta-feira. O canal de regressão linear sênior ainda está de lado, mas a tendência de queda persiste. O indicador CCI (Índice de Canal de Commodities) entrou na zona de sobrevenda, mas esperamos apenas uma pequena retração para cima, que pode já ter sido concluída.
Níveis de suporte mais próximos:
S1 - 1.0620
S2 - 1.0559
S3 - 1.0498
Níveis de resistência mais próximos:
R1 - 1.0681
R2 - 1.0742
R3 - 1.0803
Informações de negociação:
Como esperávamos, o par EUR/USD retomou e continua sua tendência de queda. A moeda europeia deve continuar a cair em quase todos os casos, portanto, continuamos a considerar a venda com metas em 1,0559 e 1,0498. A compra é considerada impraticável mesmo na consolidação de preços acima da linha de média móvel. O cenário fundamental sugere que o crescimento só pode ser esperado do dólar.
As explicações para as ilustrações são as seguintes: